23 de mar. de 2010

No jardim do poeta

Quando a madrugada se aproxima, começo a disparar o gatilho dos pensamentos.
E sempre da cabeça sai alguma coisa.
Ei-lo:
No jardim do poeta têm flores matinais; aquelas que logo vêm desejar um bom dia; existem outras que chegam um pouco depois; e ainda têm aquelas que durante a noite iluminam com sua luz o adormecer. Para o poeta, não há hora, não há data, nem pressa, nem demora; não há tempo ruim, nem a falta dele, nem fim. O bom mesmo é que no jardim da poesia as flores são de todos os tipos, cores, perfumes e belezas. E, o que importa é a diversidade e a atenção dispensada a cada uma. Não há a preferida. No jardim do poeta as flores são iguais. Umas requerem mais atenção e cuidado, outras cuidam e mantêm o poeta vivo. Iluminam os dias, as tardes, as noites. Outras se cansam mais rapidamente e se recolhem mais cedo. No jardim do poeta a única coisa que não pode existir é a solidão.
AneCar

Tarde

Numa tarde de temperatura amena, quase nada para fazer, leituras aleatórias, pensamentos vagos, tudo parece ter perdido o sentido.
Ele pega seu bloco, uma caneta e começa a redigir palavras sem nexo. Discorre pelas folhas em branco aquilo que sua mente vai trazendo à tona.
Um pouco de loucura salta do papel;
Palavras desvairadas pulam no ar.
Parece que sua mente não consegue se ater a algo que seja conciso nem inteligível.
Rasga os papéis.
Mas, de repente, começa a pensar mais uma vez.
Então para. Respira fundo. Pega a caneta, troca o bloco por um caderno. Agora ele pensa que trocando de papéis a coisa também muda.
Reinicia sua escrita e ... .... ...
As ideias se foram.
Fugiram como se uma tempestade tivesse alastrado seu mente.
Já não consegue pensar em mais nada.
Pega o carderno, a caneta e joga no lixo.
Sai da sala e vai beber ar puro na rua.
Ane Car

22 de mar. de 2010

Vagueio noturno

Há um rio que me leva a lugares existentes apenas em meu louco pensamento. Nele posso viajar sozinha e pensar na vida. O que vejo adiante, apenas meus olhos podem contemplar. O infinito desdobrando-se diante de mim. A exaustão que me faz parar para pensar. Mas eu não quero. Quero ir mais longe. Percorrer seus braços; nadar pelos seus deltas; parar em sua margem; respirar seu ar e seu cheiro; contemplar seu encontro com o mar; admirar-te ao vê-lo com o mar se misturar.

20 de mar. de 2010

Pensamentos vagos

Nas madrugadas frias e solitárias Meus pensamentos começam a vir de encontro às minhas mãos Destas, saem pensamentos falados, escritos. A mente inicia processos de bucolismo, melancolia e monotonia Penso em desistir, mas, para quê?? Deixo-me ser levada até onde os pensamentos querem Deixo-os livres Alguns se misturam a outros Confusão Será que está tarde?? Sei lá. Que horas são? Também não importa saber. Durmo pouco, pois a mente não para seu funcionamento Acordo com sono, pois os pensamentos não me deixaram contar carneirinhos Faço um balanço do dia e vejo se houve produtividade Às vezes riu para o nada e vejo que nada fiz Terá sido perda de tempo? Aquela conversa que tive não surtiu efeito; o e-mail que enviei não foi lido, a mensagem que deixei não foi respondida, ... Acho que eu não fui clara. Mas será mesmo?! Escrevi tanto; falei tanto, tentei ser mais coerente possível. Ah, não importa Vou parar de explicar Vejo que muitas vezes falo às paredes O que me importa o que se pensa? Se não entendeu, que fique sem explicações. Vou parar de me explicar Parar de ser Dona Explicativa Chega O sono chegou!!!!!!!
AneCar

A canção que me faz lembrar você

Ouço uma canção que me faz lembrar você
Penso naquele dia em que, ouvindo a melodia, via-me diante dos seus olhos; dentro deles
Enxergar-me dentro deles parecia mágica
Ria porque estava nervosa
Segurava as suas mãos com força para disfarçar tanta emoção suada pelas minhas
Você apenas me olhava, mas nada dizia
Isso fazia com que eu tremesse ainda mais e mais gotas brotavam das minhas mãos
Você esperava, com aquele sorriso de canto, que eu me aproximasse
Com o seu olhar, me chamava para mais perto
Senti, então, que das suas mãos gotas pingavam
Dos seus olhos mágicos uma onda vinha em minha direção
Não fugi, não tive medo
Confiei no seu olhar e me entreguei
O som da canção foi cortado pelo pulsar forte dos nossos corações
E cada vez mais se fazia ouvir à medida que nossas mãos, olhos, corpo e alma se aproximavam
Os nossos corações pulsavam cada vez mais e com mais força
E, quando o beijo, o primeiro beijo ia nascer
Acordei
Na minha boca, sentia o gosto do beijo que não foi consumado
A canção havia se dissipado
suas mãos já não estavam mais agarradas às minhas
Nem seu olhar mágico me encantava
O som que era ouvido, era apenas o do meu coração gritando o seu nome.

19 de mar. de 2010

Quando

Quando o mar de ilusão passar Quando a maré da tristeza baixar Quando o sol da alegria chegar Eu quero, outra vez, promessas fazer Quero estar em terra firme Quero beber da água Quero viver o novo E quando tudo isso acontecer, promessas estarão a caminho Não quero me afogar novamente Não quero deixar-me ser levada Não quero perder a luz Quero sim, promessas cumpridas Então estarei pronta para nadar Então estarei forte para não ser levada Então o brilho estará na face E nunca mais precisarei de promessas Ane Car